Conhecimento como arte/arte como conhecimento
Você já parou para
pensar sobre a importância das manifestações artísticas? Mais precisamente, neste
caso, na importância dos filmes??
Bom, Segundo Edgar Morin, no livro “A cabeça bem
feita”, os filmes põem à mostra as relações do ser humano com o outro, com a
sociedade e o mundo. Assim, em toda obra, há um pensamento sobre a condição
humana. Morin atenta, ainda, para o conceito da “cabeça bem feita”, ou seja,
uma cabeça capaz de organizar, ligar conhecimentos e dar sentido aos
conhecimentos adquiridos. Sendo assim, podemos dizer que Morin, direta ou indiretamente,
admite as artes como fontes de conhecimento e de desenvolvimento intelectual.
Portanto, sim, os
filmes são de grande importância, seja para o nosso desenvolvimento
intelectual, crítico, moral ou cultural. O fato é que, além de nos proporcionar
momentos de lazer e interação social (onde também adquirimos conhecimento), os
filmes (e as artes em geral) despertam muito mais os nossos sentidos do que
imaginamos. Todos os elementos visuais, sonoros, e a própria trama em si, nos
obrigam a criar, mesmo que inconscientemente, pontes, ou ligações entre si; Nos
obrigam a contextualizar a obra, ou seja, desenvolver uma “cabeça bem feita”.
Nesse sentido, o
conhecimento adquirido através dos filmes, independe do gênero. Obviamente,
existem gêneros e filmes que, pela complexidade do enredo e até mesmo pelo viés
histórico, apresentam conhecimentos de forma mais clara e concreta. No entanto,
ao contrário do que muitos pensam, um filme de comédia, por exemplo, também tem
o seu valor epistemológico.
Portanto, o “evento” por nós escolhido para a realização deste trabalho, foi ir ao cinema assistir ao filme de comédia: “Vai que dá certo”.O filme brasileiro, dirigido por Mauricio Farias, tem por principal objetivo, divertir o espectador, a partir de uma série de situações inusitadas em que são submetidos cinco amigos com problemas financeiros que decidem praticar um golpe contra uma transportadora de valores.A princípio, analisando superficialmente, o filme parece não acrescentar nada de importante à nossa vida. Nenhum conhecimento ou informação relevante, nenhuma “lição de moral” ou qualquer outra funcionalidade além de nos divertir. Porém, observando melhor todo o contexto social e emocional dos personagens, começamos a refletir sobre a relação existente entre o fracasso e a moralidade humana. Sobre até que ponto a frustração de não se alcançar os objetivos de vida, pode levar o indivíduo. Podemos refletir ainda sobre as exigências de uma sociedade capitalista onde o “sucesso” passa a ser medido pela condição financeira. Ou ainda sobre a corrupção existente em nosso país, que é personificada, no filme, pelo personagem Paulo (Bruno Mazzeo).
Muitas outras observações e críticas ainda são possíveis. No entanto, o ponto principal aqui tratado, é nos atentar para a importância do filme, não apenas em nos entreter, como também possibilitar experiências humanas, seja no convívio e interação com o outro, ou no desenvolvimento da “cabeça bem feita”.
- Lançamento22 de março de 2013 (1h 27min)
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SINOPSE
Cinco amigos dos velhos tempos se encontram com problemas financeiros e resolvem se reunir para praticar um golpe contra uma transportadora de valores. O plano é ótimo e Danilo (Lúcio Mauro Filho) trabalha lá já tem tudo esquematizado na cabeça. Agora, ele só precisa que Rodrigo (Danton Mello), Vaguinho (Gregório Duvivier), Amaral (Fábio Porchat) e Tonico (Felipe Abib) se concentrem nas coordenadas para faturar uma grana alta e fácil. Mas a sorte não parece estar do lado do quinteto e eles vão ter que se virar para honrar o compromisso com um "empresário do mal", que financiou o armamento do grupo. Será que eles conseguem? É quando pinta a ideia de recorrer a um outro amigo de infância, o político Paulo (Bruno Mazzeo). A confusão está armada e tem tudo para dar errado.
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